domingo, agosto 06, 2006

Excerto


"Pode-se deitar fora uma mulher, como uma caixa de fósforos, por paixão, por se ter um carácter assim, por não conseguir ligar-se a uma mulher, ou porque olha para mais alto, porque tudo e todos lhe servem de instrumento. Ainda posso compreender.. É infame, mas tem algo de humano. Mas deitar fora alguém por distracção... isso é mais do que infâmia. Isso não tem desculpa, porque é desumano. Já percebes, agora?"
em "A Herança de Eszter", de Sándor Márai





Rendo-me, rendo-me, rendo-me. Poderia citar dezenas de frases, esta em vez de outra é quase obra do acaso. Sim, há um padrão, sim há uma estrutura semelhante em todos os três livros que li de Sándor Márai. Mas uma alma assim não se esgota, não se repete, não acaba. Brilhante, brilhante, brilhante. Quem autorizou este senhor a remexer-nos assim?
Para breve uma visão desembargada, se possível!

3 comentários:

Maria P. disse...

A verdade contida nesse excerto, faz pensar.
Bem escolhido.

Boa semana e um beijnho.

Anónimo disse...

Lindo, sem dúvida!
Tudo bem contigo, amigo?
Beijo grande.

Fábio disse...

Maria P: é um livro cheio cheio. Tão cheio. Uma inundação de sensibilidade. Boa semana.

Margarida: Não penses que as saudades já desapareceram!